sexta-feira, 20 de junho de 2008

Epitáfio para junho.

Então, dezessete pálpebras depois você acorda,
Ninguém ao lado, ninguém em lugar nenhum.
A cabeça doendo, os membros flácidos
Desejo de ter uma camiseta limpa ou um café novo
Mas ai já é tarde, todos os seus sonhos estão mortos.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Para Camila.

Teus olhos me olham de dentro de teus olhos que olham por dentro de meu estomago quase que como se te engolisse como afago ou caricia eu sei que deixei crescer feito dádiva ou dor não sei, ou quem sabe maldição eu sei que deixei de propósito que teus olhos me olhassem de dentro de meu estomago quase que florescendo feito flor rosa folha botão, teus olhos calados me olham sem realmente sem ver que por dentro de meus olhos você cresce me fazendo vomitar libélulas e sentir milhares de lótus afagando meus órgãos enquanto por entre meu corpo teu gosto teus olhos crescem feito barba, cresce pelo meu pulmão que agora de tão puro não abriga mais fumaça não abriga mais perigo só a pureza sem sentido de teus olhos que crescem feito fome que cresce noite a fora feito saudade sobrevoando São Paulo, meu amor.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Meus olhos se curvam sobre a sacada quase abismo de teu céu rarefeito, a mão cansada, queimada, em pedaços aponta para a vertigem do mundo la fora, meu mundo, seu mundo, minha carne cansada com pressa, com urgencia de ser amada. Então nós começamos a falar, eu sobre a saudade que sinto do que não foi, mas podia, deveria ter sido. Você me fala sobre sua ultima culpa, seu ultimo copo, o ultimo riso, o ultimo beijo. Então, eu grito contra o vento, abro o vinho, viro a mesa, o copo, te esfolo ali mesmo, toda linda, corpo de folhas, corpo de delito, me omito, me grito, te dispo/te devoro/te ignoro/te adoro. Afasto teu cabelo enquanto rasgo teu sexo e te amo tão pura que de tão pura me entrega se entrega não espera não há pressa não há não

-Pois lá fora meu bem,
Não há um só alem de mim
Que caiba tão bem
Em suas mãos.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Vai rumo ao sol
Mas não se esqueça
De que seus olhos são de sal
Vai e voa em vão, meu irmão.
Porque não há razão na razão.
Na razão de saber-se só,
De saber-se pó, de se ter um nó.
Ao invés de se ter um chão.

Não há refrão, não.
Não haverá não, um só que lhe diga
O por que de não haver um porque
Na falta que ela faz em você.
Não há não.

Vai rumo ao sol, diz ao vento
Que não há mais tempo para se saber se só.
Vai mas não se esqueça, que por mais que o tempo pareça
A seu favor, ele não esta não, ele não esta não.
Meu irmão.