sábado, 29 de março de 2008

e é quando acordo
que desfaleço num eterno sono,
e é quando caminho por ruas cheias
de gente que deliro,
e não quando bebo ou como
mas é quando sangro que vivo, vibro.
E é quando me deito sem temor,
que te vejo e me perco,
E é meu desejo meu carrasco,
e sua pureza meu calor
Cansei do sonho e da rosa, venha sorte
me leve alem da sombra da morte,
me leva aonde nascem os sonhos,
sim eu insisto,
é la em meus sonhos que vivo com aquela de quem preciso,
só em sonhos é que entendo o amor,
então acordo e só quem me visita é essa insistente mania
de fazer versos sobre o que não ficou.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Tudo que houve, só houve
Aqui:

-interno.

Tudo o que não houve,
Mora aqui dentro:

- inferno.

Tudo o que fostes
Sempre será em mim:

- eterno.

Quase sempre, um de amor.

Como folhas de cerejeira quando chega
O outono,
Eu me esparramo pelo chão,
O corpo levanta.
O coração não.

Mais alguns rabiscos.

Traço, dês-traço, componho.
Refaço,
Com carinho cuido e solto o poema
Se for lido será lido como foi composto,
Obra do traço,
Obra do acaso.


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Antes o amor era claro, amor havia
O poema era composto, o incenso ardia.
quando se quebrou ainda não sei, agora ja é dia
antes era claro,agora tudo cinza.

Pequenos Rabiscos de chuva. (2)

Para tanta gente que mora longe demais:


Risco um traço no papel enquanto olho a rua,
Provo o gosto do verso, é suave e acido como uva,
Nessas horas me pego pensando:
-Estaremos olhando a mesma lua?

Pequenos Rabiscos de chuva.

Mudo as mudas de lugar
E mudas as mudas se deixam mudar.
Mudo as mudas para a sala de estar
E mudas as mudas me vêem mudo
Tendo só elas para amar.

Para ser lido pensando em folhas e Leminskis.

Qualquer dia desses
vou acordar e ser alguem novo,
Alguem que mereça preces,
alguem que mereça
Repousar em seu ombro.

Até lá as horas vão tecendo sobre os umbrais
de minha porta um calor morno de outono.
Qualquer hora dessas eu sei, você vem me tirar dos escombros.
Não acordar, talvez
Seja o que falte
Para meu coração
Poder respirar.

Quase,

Quase que por um triz
A Ilíada não fui eu quem fiz.
Quase que por um nó
Não fui eu quem reduziu Alexandria a pó.
Rápido como um pássaro que voou,
Por um triz não fui eu quem você amou.

Canção

Eu realmente gostaria de dizer algo assim como teus olhos negros lúdicos delirantes de amor sexo & ópio,
Mas no momento estou tentando lembrar
O que deixei para trás quando era março
E corriamos de mãos dadas por um céu de asfalto
Com aqueles que
Mais amo,
Procurei no lixo uma ultima dose de qualquercoisaassim como limão, vodca
E incenso batido com gelo
Nesse grande liquidificador chamado São Paulo

É eu tentei afagar teus cabelos
Mas minha memória tátil caiu falhou de forma horrorosa.

Gabo me olhou de forma compreensiva e doce e me disse algo sobre um amor maior que todas as estrelas fumegantes do universo e sim ironicamente eu reparei em seu sorriso tão doce que Gabo talvez fosse o mais puro de nós,
& que talvez algum dia eu fosse um poeta de verdade e compusesse uma espécie de ode flâmula para poder te tocar do modo certo.
Katrina (Caterina, Vanessa, o que importa?) gritava algo sob o céu macio de Outono, qualquer coisa assim como A imensa falta que fazia tudo aquilo que a gente nem sabe que existe mas existe sim dentro da gente, como uma enorme sensação de viver, viver do modo certo eu digo, viver mesmo. Sem toda essa merda suja capitalista barata.
Enquanto falamos disso em um bar vazio,
Um Serafim deu uma cambalhota
E morreu em silencio, o pessoal da limpeza o retirou rapidinho
Usaram sua asa para espanador certamente
(Teus olhos preencheram tudo, e por fim eu e meu coração pagamos a conta e saimos