sexta-feira, 2 de maio de 2008

Chovia sobre mim sobre todos nós sobre tudo e chovia e choveria mais com o passar das estações dos anos das cores se desbotando sobre todos os trapos amontoados que chamávamos de casa e se alguém ou algo me perguntasse exatamente agora onde é o fim do mundo talvez eu disse-se algo sobre como a fé pegou suas contas e resolveu morar numa ilha deserta,

E chovia sobre minha camiseta manchada de ódio e pó e escombros
De todos aqueles prédios que nunca mais tornariam a ser os mesmos
E a maldita massa humana continua a monopolizar o direito a oxigênio
e todos os malditos corações suburbanos gritam com seus livros de cabeceira
todos sobre auto-ajuda mas eu não quero ser ajudado
eu não quero ajudar ninguém
eu não vim para salvar o mundo
o aquecimento global acontece dentro do meu crânio esfarelado acontece há cada minuto dentro de tuas suaves coxas e enquanto duas garotas se beijam com o beijo da serpente eu posso compreender suavemente o roxo tom de nada impresso em todos aqueles casacos anunciando o fim das liquidações de nossas almas e não por favor não me deixe pensar não agora não quando eu posso quase te tocar em meio a o meu delírio de teclas musicas tocadas por um louco e seu filho cristo não eu não quero começar a pensar agora não enquanto seus olhos se expandem sobre minha carne e me ignoram em sua confortável vida e eu aqui bebendo um vinho ruim o suficiente para afogar a alma de todos os veleiros sem destino desbotado de São Paulo eu não quero pensar pois pensar seria....te ver anunciando o fim das estrelas suaves no firmamento de meu amor em chamas.

Um comentário:

Katrina disse...

Em suas palavras se tornou mais mágico do que eu me lembro