terça-feira, 29 de abril de 2008

Eu me sinto doente, como num daqueles verões antes de te conhecer em que nem mesmo dor entre meus dedos cheios de areia ou terra eu conhecia. Eu sinto saudade dos velhos tempos, eu pesava menos, a vida pesava menos. Tínhamos ideais eu acho, talvez fosse a tal da adolescência rebelde e eu vejo que só havia em nossos corações um vento calmo...


Agora me diz... Aonde foi a brisa?
Os amigos de tênis sujos e roupas fora de moda?
Onde estão os acordes daquela banda? Que banda ouvíamos mesmo?
E os filmes, quando eles deixaram de ser tão simples?
A chuva era chuva, lembra? Antes ela não lembrava nada nem ninguém... Não era a grande chuva de nossos corações perdidos... Onde estão meu Deus, os poemas roubados? As doces garotinhas que nos rejeitavam ( ainda rejeitam mas não são mais garotinhas, nem tão loiras, nem tão macias como flor).


Nem Marilia, nem Antonia, nem Rosa, nem Letícia dos olhos de pluma, nada.

Nem cigarros de cereja amarga, nem vodka nem poesia, nem esses óculos sujos e embasados de poeira e barro, essa coisa de não perguntar por Deus pelo passarinho morto, nem pela prostituta morta, isso de inventar mundos, isso de se calar ao som da voz que diz que tudo vai permanecer igual ao cheiro do cabelo de quem você amaria logo após seu Pai ir embora para sempre e sua mãe parecer cada vez mais cansada e triste, isso de ter fé.

Sinto falta...e quase sempre dói meu pequeno e feio poema vai e volta pra quando seu dono também era pequeno e feio, mas de um feio que parecia breve: - Leve.

2 comentários:

Gabriel M. Faria disse...

gente
dizer uma única palavra a mais seria lapidar a torre eiffel

Unknown disse...

Eu sentí um lapso de uma parte da minha vida lendo isso

Mas pensei que não fosse nada, então esquecí tudo e percebí mais um serafim ao chão.